9.15.2010

A Ilha

Num lugar longínquo fora da abençoada Europa fica uma ilha.
A ilha. Depois dela, habitantes: gentes e costumes.

Tempos houve em que achei - doravante escreveríamos assim a bem do povo - Huntington uma forma de demência. E o é.

«Choque cultural».

Que povo é este, pergunto-me, que usa alcatifas do aposento à cozinha, camas velhas retorcidas por Virginias, lava a loiça com descuro, bebe cerveja em pints, não tem qualquer noção de culinária ou apreciação gastronómica, sistema não-métrico, ingere coisas gordurosamente ordinárias, faz piadas com relativa ou nenhuma graça, enfim, quem são estes ilhéus?

O hino português trocou bretões por canhões. camões por galões, vinho por naprons e... e, eu ainda tenho esses anos crónicos pela frente, ou mais, ou mais.

Ainda não sei onde estou, nem sei o que Isto é.
Inaugura-se-me apenas o pensar com um sentido de que nas ilhas estamos sempre tão apertados e tão apartados, como eu e vós.